Síria, programa nucelar iraniano e espionagem concentram atenções na Assembleia Geral da ONU.
Tem início nesta terça-feira (29/09), em Nova York, os discursos dos chefes de Estado que marcam a 68º Assembleia Geral da ONU. O encontro conta com a presença de mais de 130 líderes mundiais. Como manda a tradição iniciada desde 1947, o discurso inicial dos chefes de Estado fica a cargo do Brasil, representado pela presidente Dilma Rousseff.
Embora oficialmente o tema escolhido seja a formulação de alternativas para os Objetivos do Milênio, a guerra civil na Síria deverá ser o foco de atenção, assim como o programa nuclear iraniano, e a rede de espionagem internacional montada pelos EUA para investigar outros países, tema que deverá ser abordado por Dilma. O terrorismo deve ser outro tema levado à tona, com a atual crise de reféns em um shopping center do Quênia tomado pelo grupo radical Al Shabab.
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Sede da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York
Sobre a questão síria, os Estados Unidos ameaçaram recentemente realizar uma intervenção militar em represália por um ataque com armas químicas que atribui ao presidente Bashar al Assad. Mas essa alternativa foi freada após a intervenção diplomática da Rússia, que conseguiu fazer com que o país árabe aceitasse destruir seu arsenal químico.
Este plano russo-americano pode conduzir à aprovação da primeira resolução do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria após três tentativas bloqueadas por Moscou.
Outra grande expectativa é o encontro entre o ministro do Exterior do Irã, Mohammed Javad Zarif, com o secretário de Estado americano, John Kerry - o contato de mais alto nível entre iranianos e americanos em mais de três décadas. Os dois se sentarão à mesa do grupo de seis países (Estados Unidos, Rússia, China, França, Grã-Bretanha e Alemanha) que negocia com o Irã o programa nuclear do país persa.
Analistas buscarão sinais de retribuição à abertura manifestada pelo presidente iraniano, Hassan Rouhani, no discurso que o presidente dos EUA, Barack Obama, fará logo após o de Dilma.
Em seu discurso, Dilma questionará também a governança da internet, propondo maior proteção contra ações como as organizadas pela NSA (Agência de Segurança Nacional dos EUA), denunciadas pelo ex-consultor de inteligência norte-americana Edward Snowden - no caso do Brasil, mostrando que as conversas da presidente e seus assessores foram interceptados pelo órgão.
A Assembleia Geral é um órgão intergovernamental, plenário e deliberativo da ONU, composta por todos os países-membros da entidade. Cada um deles tem direito a voto. Sobre os processos de deliberação, as questões importantes são votadas por maioria de dois terços dos votantes enquanto as questões restantes são votadas por maioria simples. Ela ocorre uma vez por ano na sede das Nações Unidas, em Nova York, na terceira terça-feira do mês de setembro. Foi realizada pela primeira em 1946, no ano seguinte à fundação da entidade.
Fonte: Opera Mundi
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