Eleições na Venezuela.
A reta final para a eleição presidencial venezuelana foi marcada por críticas da oposição ao CNE (Conselho Nacional Eleitoral), cuja transparência foi colocada em dúvida por setores da MUD (Mesa de Unidade Democrática), iniciativa interpretada pelo governo como uma preparação para o não reconhecimento do resultado desse domingo (14/04). Cerca de 19 milhões de venezuelanos estão aptos a votar no país e no exterior, na primeira eleição presidencial em 14 anos sem Hugo Chávez, falecido em 5 de março.
Neste sábado (13/04), o candidato da oposição, Henrique Capriles, novamente depositou suspeitas sobre o órgão eleitoral venezuelano, afirmando que ele “não pode funcionar como um partido político”.
Desde antes da convocação da eleição presidencial, o adversário de Nicolás Maduro questionou o processo eleitoral. “Esperamos que o que diga o CNE seja uma cópia fiel do que o povo disser. Isso é fundamental! Que amanhã [hoje] o árbitro diga o que o povo disse”, afirmou ontem.
Em 10 de março, Capriles acusou o CNE de já ter “tudo pronto” para a eleição, pois a data foi anunciada com rapidez, cinco dias após a morte de Chávez. Em 8 de março, após jurar como presidente interino, Maduro convocou o novo pleito, conforme dita a Constituição venezuelana. Além disso, o candidato não assinou um documento elaborado pelo CNE se comprometendo a reconhecer o resultado da eleição, preferindo enviar ao órgão um texto próprio.
Logo após as declarações de Capriles neste sábado, o comando Hugo Chávez afirmou que a oposição venezuelana está criando um ambiente de desestabilização antes da eleição presidencial, “cantando fraude de antemão com o interesse de tumultuar o processo eleitoral”, conforme disse Jorge Rodriguez, chefe da campanha de Maduro.
Rodriguez questionou porque a oposição não colocou em dúvida a última eleição para governo de estado, realizada em 16 de dezembro de 2012. Na ocasião, Capriles foi reeleito governador de Miranda em disputa com o atual chanceler Elías Jaua. O resultado, apesar de apertado, foi aceito por ambos os candidatos. “Qualquer tentativa de agredir o processo eleitoral busca deixar vulnerável a voz do povo da Venezuela”, continuou.
Desestabilização
Nas últimas semanas, o governo denunciou planos de desestabilização por parte da oposição. Na quinta-feira (11/04), último dia de campanha eleitoral, Maduro afirmou que o governo estava “desbaratando um plano de violência da direita”, ao anunciar a prisão de um grupo paramilitar colombiano que supostamente queria “assassiná-lo”.
Nesta sexta (12/04), o vice-presidente, Jorge Arreaza, informou que o governo conseguiu “neutralizar alguns casos de desestabilização que tentaram gerar nas últimas horas” para “afetar o processo eleitoral e pós-eleitoral”. Ao lado dos ministros do Interior, Néstor Reverol, e Defesa, Diego Molero, Arreaza apresentou à imprensa cerca de 50 carregadores de armas de fogo confiscados de uma empresa, após a prisão de três suspeitos.
Outras seis pessoas foram detidas por vestir uniformes falsos da Força Armada Venezuelana ou por posse de explosivos C4, entre outras irregularidades, disse Molero, acrescentando que as medidas de segurança foram "reforçadas" nos últimos dias.
No sábado passado, o presidente interino disse que os ex-embaixadores norte-americanos Roger Noriega e Otto Reich, junto com a direita de El Salvador, estavam preparando planos para provocar assassinatos no país e sabotar a rede de eletricidade. Semanas antes, Maduro anunciou que o governo tinha descoberto um plano, articulado pelos dois ex-embaixadores, para assassinar o candidato da oposição Henrique Capriles, e, com isso, semear o caos no país.
Fonte: Opera Mundi,
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