Endividada, Eslovênia pode ser próxima vítima da Troika.
A Eslovênia poderá ser o próximo país a pedir empréstimos financeiros para o grupo de credores conhecido como Troika (Comissão Europeia, Fundo Monetário Internacional e Banco Central Europeu) para saldar sua dívida soberana. A informação parte da imprensa local.
Há mais de um ano os principais institutos financeiros da ex-república iugoslava ficaram sem condições de conter sozinhos as consequências da forte redução do crédito na Europa. Análises de economistas europeus apontam que os bancos eslovenos, que são em maioria de propriedade pública, possuiriam créditos tóxicos calculados em cerca de sete bilhões de euros.
População protesta contra crise econômica na Eslovênia. |
Segundo um relatório da Comissão Nacional para a Luta a Corrupção na Eslovênia, "os maiores bancos eslovenos teriam concedido na última década enormes valores de créditos, agora considerados como 'podres', que chegariam a quase um quinto (19%) do PIB (Produto Interno Bruto) do pequeno país do leste europeu - o valor total seria de 6,7 bilhões de euros. As diretorias dos bancos teriam, em muitos casos, tomado decisões com base em relações políticas e pessoais em uma atmosfera de corrupção política estrutural".
Por causa da grande porcentagem de créditos com elevado risco de inadimplência que os bancos locais possuem, avaliados em 20% do total dos empréstimos concedidos, os bancos NLB (Nova Ljubljanska Banka) e NKBM (Nova Kreditna Banka Maribor) tiveram suas notas de risco rebaixadas pelas grandes agências de rating internacionais.
Em 2012, os bancos eslovenos registraram uma perda total de 606 milhões de euros, com um aumento de 67 milhões em relação ao ano anterior. O ex-ministro das Finanças, Janez Sustercic, declarou que é muito provável que "a Eslovênia seja obrigada a pedir "ajuda internacional" se o plano de reorganização dos bancos for bloqueado".
O novo governo de centro-esquerda, comandado pela especialista em finanças Alenka Bratusek, primeira mulher a ocupar o cargo de primeiro-ministro e que tomou posse na semana passada, vai decidir se cria um banco onde colocaria as dividas inexigíveis, e em seguida capitalizar novamente os bancos antes de privatizá-los. Esse plano já foi votado pelo Parlamento esloveno.
Bratusek anunciou que a "prioridade absoluta" do novo governo será o saneamento do setor bancário, cujos "ativos tóxicos", que superaram os 6,7 bilhões de euros, 19 % do PIB, estão prejudicando a economia do pequeno país alpino. Porém, além de tirar o país da crise econômica, esta mãe de duas crianças se coloca também como objetivo devolver à política e aos políticos o prestígio perdido.
Fonte: Opera Mundi.
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