Brasil e China fecharão acordo para a troca de moedas.


O Brasil e a China vão assinar um acordo para troca de moedas (swap) no valor de R$ 60 bilhões (185 bilhões de iuanes) durante a Cúpula dos Brics, que se realiza nos dias 26 e 27 de março em Durban, na África do Sul.
O objetivo da linha é ser usada em momentos de emergência, como ocorreu na crise de 2008 ou na europeia em 2011, quando há uma retração no crédito mundial. O acordo é semelhante ao fechado em 2008 com o Fed.
Se a posição do Brasil prevalecer, Rússia, China, Índia e África do Sul devem anunciar a intenção de inaugurar o banco dos Brics em 2014, na próxima reunião de cúpula do grupo. A ideia é que o banco dos Brics tenha capital inicial de US$ 50 bilhões e seja usado para financiar projetos de infraestrutura em países em desenvolvimento.
"Alguns bancos multilaterais já estão como a capacidade de empréstimos esgotada para certos tomadores, inclusive dos Brics", disse à Folha uma fonte envolvida nas negociações. O objetivo é que o banco dos Brics tenha uma boa classificação de risco para conseguir captar recursos a custos baixos.
A diferença entre o banco do Brics e organismos como o Banco Mundial é que os bancos dos doadores tradicionais frequentemente financiam apenas os projetos que eles acham necessários para os países em desenvolvimento, em vez de reagirem às necessidades dos países emergentes, disse a fonte.
Entidades de direitos humanos pressionam para que o banco do Brics tenha critérios mais exigentes na concessão de crédito, com restrições para projetos que afetam negativamente populações locais ou desrespeitam direitos humanos.
"Existe o risco de o Banco dos Brics acabar financiando projetos que não passam no crivo de entidades como o Banco Mundial por problemas ambientais ou trabalhistas", diz Juana Kweitel, diretora de programas da Conectas Direitos Humanos. "Queremos saber qual vai ser o relacionamento do banco com governos autoritários, eles terão tratamento igual ao dos governos democráticos?"
Também deve ser anunciado o Mecanismo Contingente de Reservas, para entrar em funcionamento em 2014. O mecanismo deve prever US$ 100 bilhões, sendo que a China terá a maior participação, e a África do Sul, a menor. Esses recursos seriam mobilizados apenas em casos de emergência, para reduzir a dependência que os países têm de organismos como o FMI durante crises.
Fonte: Folha Mundo.

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