Super população à vista.



Foto: Getty Images
Cidades superpopulosas, como Xangai, na China, podem representar uma ameaça à sobrevivência humana
 






















Com cada vez mais pessoas morando em cidades, o espaço ocupado pelos centros urbanos deve ganhar uma área extra de 1,5 milhão de quilômetros quadrados até 2030 – o equivalente a 15% do continente europeu ou aos territórios da Alemanha, Espanha e França somados – afirmou nessa terça-feira um grupo de especialistas durante um evento sobre desenvolvimento sustentável em Londres, na Inglaterra.


A estimativa foi elaborada no ciclo de palestras da Planet Under Pressure, a última grande conferência sobre mudanças climáticas do mundo antes da Rio+20, que será realizada no início de junho no Rio de Janeiro.



Segundo os especialistas, o crescimento no número de pessoas vivendo em cidades deve elevar a pressão sobre o meio-ambiente, o que pode representar um risco à sobrevivência humana.



Eles acreditam, entretanto, que a urbanização é um "processo irreversível" e defendem, por isso, que países e governos concentrem esforços em mitigar os efeitos negativos decorrentes do aumento da população mundial, principalmente da que vive em centros urbanos.


Mais cidades, mais problemas
O número de centros urbanos acompanhou o aumento da população mundial. Há um século, a quantidade de cidades com mais de 1 milhão de habitantes não passava de 20; hoje, são mais de 450.



Juntas, as zonas urbanas ocupam menos de 5% da superfície da Terra, mas impõem inúmeros desafios, diz Michail Fragkias, professor de ciências da Universidade do Estado do Arizona.



"A maneira descontrolada como a expansão urbana está ocorrendo representa um sério risco à humanidade pelos problemas ambientais que ela provoca", afirmou.



Fragkias, um dos 2.800 especialistas que participaram do evento, acredita, por outro lado, que cidades com alta densidade populacional, mas estruturadas de forma inteligente, podem pavimentar um caminho promissor rumo ao desenvolvimento sustentável, inclusive, ao conceber novas soluções para os problemas ambientais.



Tal opinião, ainda que defendida por inúmeros especialistas, ainda enfrenta resistência de um grupo de acadêmicos e cientistas, para quem as cidades, por serem mais compactas, causam menos danos ao meio ambiente do que as zonas rurais, se levada em conta apenas a emissão de poluentes por habitante das duas áreas.



Impacto ambiental

As cidades respondem, hoje, por 70% da emissão total de CO2 no mundo -- e essa proporção ainda tende a aumentar nos próximos anos. Em 1990, as áreas urbanas emitiam 15 bilhões de toneladas métricas de gás carbônico; em 2010, essa taxa passou para 25 bilhões podendo chegar a 36,5 bilhões em 2030, segundo estimativas mais recentes.



Para analistas, os governos deveriam buscar meios para aumentar a qualidade da vida urbana, utilizando, por exemplo, tecnologias que reduzam os engarrafamentos. Pesquisas apontam que só os congestionamentos custam, em média, de 1% a 3% do PIB mundial por ano - um problema não só causado pela poluição emitida dos carros, mas também pelo tempo que os motoristas perdem no trânsito.



"Temos, agora, uma oportunidade única para planejar como enfrentaremos uma explosão da urbanização. Não podemos perder essa chance", disse Roberto Sanchéz-Rodríguez, professor de ciências ambientais da Unidade da Califórnia, Riverside.



1 milhão por semana

Dados divulgados pela ONU em 2009 apontam que a população mundial deve saltar dos atuais 7 bilhões para 9 bilhões nas próximas quatro décadas - um aumento de 1 milhão de pessoas por semana.



Tal crescimento ocorrerá, quase que integralmente, nas cidades, que devem receber outros 1 bilhão de novos moradores com a migração da população do campo para as áreas urbanas.



Segundo as Nações Unidas, o número de pessoas vivendo em cidades deve crescer de 3,5 bilhões em 2012 para 6,3 bilhões até 2050.

Fonte: Último Segundo.

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